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Veja como meu filho passou de gamer a apostador compulsivo

05/01/2023

Veja como meu filho passou de gamer a apostador compulsivo

Mas, para esse pai, o que parecia algo trivial se tornou um pesadelo. Steve conta a Becky Milligan, da BBC, como seu filho passou de gamer a apostador compulsivo.

"Nunca pensei que os games pudessem levar ao vício em jogos de azar."

Steve está sentado em um banco próximo a uma igreja. Ele aceitou falar comigo sobre o vício do filho. Ele está nervoso e nunca deu uma entrevista antes, e eu consigo sentir a sua ansiedade mesmo à distância.

 

Seu filho, agora com vinte e poucos anos, está em recuperação e passa bem, mas ele diz que "vivem um dia de cada vez".

"Nós tivemos três anos terríveis. Eu não desejo que ninguém passe pelo que passamos. Quando descobrimos que meu filho tinha transtorno de jogo compulsivo, não soubemos o que fazer."

 

Ruína na roleta vicios em jogos

Steve conta que, uma noite, seu filho perdeu o próprio salário semanal em questão de minutos. Agitado, ele apelou aos pais para pedir ajuda.

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Eles fizeram o que muitos pais fariam: pagaram as dívidas, esperando que isso daria um basta ao problema. Mas não adiantou.

Eu conto a Steve que já conversei com pais de jovens que desenvolveram esse tipo de distúrbio, e que a primeira reação deles também foi de arcar com as dívidas dos filhos, sem imaginar a gravidade do problema.

"Nós pensamos que fosse apenas um deslize, que era algo que jovens faziam", disse um dos pais com quem conversei. E foi isso que Steve pensou, logo de início.

Ele e a esposa sabiam que o filho gostava de apostar. Mas muitos de seus amigos também jogavam e não pareciam ter nada fora do normal.

Um ano depois, no entanto, Steve ficou chocado ao descobrir que seu filho fazia apostas com o dinheiro de outras pessoas, e que já perdera grandes quantias.

"A roleta online foi a ruína dele", ele conta.

Com isso, Steve percebeu que se tratava de algo sério. Ele e a esposa não tinham ideia do que fazer. Passaram a se isolar, evitaram sair com amigos, já que se preocupavam com o que iriam dizer.

"Nós estávamos perdidos. Não sabíamos para onde ir, então passamos meses em busca de respostas, pesquisando."

No ano passado, ele e a esposa começaram a ir aos encontros de familiares do grupo GamAnon. No começo deste ano, seu filho também recorreu ao grupo em busca de ajuda.


Diferença se o jogo envolve ou não gastos em dinheiro.

A psiquiatra Henrietta Bowden-Jones, que atua em um centro de tratamento apoiado pelo sistema de saúde pública do Reino Unido, afirma que a ligação entre atividades ligadas a jogos "que podem ser tóxicas para jovens" e o vício em apostas ainda não foi estabelecida. Atualmente, trata-se de um "grande debate controverso", segundo ela.

Um relatório da Comissão de Jogos de Azar, órgão do goveno britânico que fiscaliza tais atividades, mostrou que 55 mil adolescentes, com idade entre 11 e 16 anos, tinham problemas com apostas. Entretanto, Bowden-Jones destaca que mais pesquisas são necessárias.

Ela diz que pouco se sabe "sobre esses vícios comportamentais em crianças, o que precisamos pesquisar mais diretamente, já que temos de entender o que elas estão fazendo". "Depois, temos de trabalhar com legisladores, políticos e profissionais de saúde pública para mudar o ambiente em que essas pessoas vivem", explicou ela à BBC.


Mudança total de vida

Foram anos difíceis para Steve e sua família. Recentemente, ele decidiu deixar o emprego de professor e criar uma organização de caridade, GamFam, para ajudar pais que estejam em posição semelhante.

Mesmo que seja complicado, Steve diz que pais precisam ter conhecimento sobre o que seus filhos fazem online, e ganhar expertise no assunto para protegê-los.

"Pesquise, detemine os limites necessários, estabeleça um controle sobre o uso dos aparelhos, defina um momento em família. Fique de olho (nas atividades da criança) para saber o que está acontecendo. E, mais importante ainda, não deixe as informações de seus cartões de crédito ou débito vinculadas à conta", recomenda ele.

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